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Poeta recifense Luna Vitrolira lança obra e realiza palestras em Surubim

27 de agosto de 2024

/ by visao surubim

 Segundo o site https://surubim.portaldacidade.com/noticias: Autora estará na Biblioteca do Sesc Ler Surubim falando sobre memória, raça e pertencimento associado ao território

Foto José de Holanda                                                                                                                      A poeta e performer pernambucana Luna Vitrolira está lançando a obra "Memória tem Águas Espessas" pela editora Diadorim. Nela, Luna retorna à sua ancestralidade canavieira e escreve sobre o peso do sentimento de não ter família e desconhecer o passado. O livro permeia os temas da memória, retorno ao passado ancestral, perdão e cura.

A autora estará em Surubim, nesta quarta-feira (28), na Biblioteca do Sesc Ler Surubim em duas sessões (às 8h e às 10h). Luna Vitrolira fará uma conversa com o tema "Meu caminho é de pedra, como posso sonhar?", para falar sobre memória, raça e pertencimento associado ao território, seguida de performance com poemas autorais do seu novo livro.

A escritora também deverá realizar ações nas cidades de Caruaru, no Agreste, Tracunhaém, localizada na Zona da Mata, e São José do Egito, no sertão do Pajeú. Cerca de 100 exemplares da obra também serão doados para instituições culturais, sociais e educativas do estado. “É de extrema importância levar a literatura contemporânea para a sala de aula, conversar com os jovens sobre a nossa história, região, memória e ancestralidade do povo negro e originário através da poesia, de modo que possam se reconhecer como parte de seu próprio território”, reforça Luna.

CONHEÇA “MEMÓRIA TEM ÁGUAS ESPESSAS”

Trata-se de um longo poema narrativo escrito a partir de uma experiência imersiva em busca de sua ancestralidade canavieira, natural da zona da mata de Pernambuco. Uma parte apagada da sua história e vida sobre a qual nunca teve conhecimento ou contato. Luna escreve sobre o peso do sentimento de não ter família e desconhecer o passado, o que é comum na vida das pessoas brasileiras, devido ao processo de colonização e ao sistema escravocrata que dispersou a genealogia do povo negro e originário. 

Para Luna, essa investigação, além de ter um tom pessoal, também levanta questões sociais. "O meu ponto de partida é a minha vivência, mas essa é a história de muitas pessoas nesse país e mundo", afirma a escritora. “Sofremos a dispersão dos nossos familiares durante a escravidão, com o trafego ilegal de pessoas. Fomos vendidos, perdemos contato, perdemos a relação e a possibilidade de viver esse afeto familiar, porque fomos separados. De alguma forma isso continua, seguimos nos desintegrando, sem saber quase nada sobre nosso passado.”

Luna traz o cenário canavieiro da Zona da Mata e questiona a manutenção do sistema colonial na cultura da cana-de-açúcar até os dias de hoje. A poeta faz o trajeto de volta, de retorno ao território em busca dos ossos da família para curar, se libertar e libertar seus ancestrais ainda presos, enterrados vivos, sob o mar de cana.


Adquira “Memória tem Águas Espessas” pelo site da editora Diadorim:

https://www.diadorimeditora.com.br/produtos/memoria-tem-aguas-espessas-de-luna-livrolira/

Fonte:            


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