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Sedada, mulher é estuprada em hospital de saúde mental em Camaragibe; suspeito é vigilante do local

20 de junho de 2024

/ by visao surubim

Segundo o site  https://www.folhape.com.br/noticias: Imagens de circuito interno mostram momento em que a mulher sofre estupro; suspeito é o vigilante da unidade

Caso de estupro aconteceu em Aldeia - Foto: Reprodução                                                                                               Uma mulher de 30 anos, bacharel em Direito, teria sofrido estupro enquanto estava sedada. no Hospital Reluzir, no bairro de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife.

Ela estava internada no local para tratar de um quadro de depressão.

Imagens de circuito interno da unidade hospitalar mostram o momento em que o vigilante, fardado e com colete, tem acesso à paciente.

O caso de estupro aconteceu em 17 de novembro de 2023, às 4h26.

A mulher teria tomado medicações fortes e já estava adormecendo, quando o homem, de 46 anos, que não foi identificado, se aproxima dela, que já estava sedada.                                                                                     Ele começa a mexer em diferentes partes do corpo da vítima e, após isso, deixa o local.

O vigilante trabalhou na unidade hospitalar por dois meses.

“Aquilo não se chama instituição”, diz mãe
Durante entrevista à Folha de Pernambuco, a mãe da vítima, que também não foi identificada, teceu críticas à instituição de saúde mental.

Ela diz que a filha estava alocada numa enfermaria masculina e que o Reluzir não possui a mínima estrutura para tratar alguém com alguma deficiência, mesmo que seja psicológica, adicta ou qualquer outro tipo.      “Aquilo não se chama de instituição. Minha filha foi estuprada porque estava numa enfermaria masculina, sem ninguém. Não tinha enfermeiro. Ele estava na [enfermaria] feminina”, declarou a mulher.

A paciente estava na enfermaria masculina após uma outra pessoa dar entrada no hospital com situação mais grave. Ela permaneceu menos de um dia nessa ala.

Revoltada, a mãe da vítima assegura que a clínica trancou a filha numa enfermaria, porque a paciente queria entrar em contato com a família para comunicar o acontecido.

“É até leve dizer que ele [o vigilante] ‘passou a mão’. Ela [a vítima] foi, realmente, invadida e molestada. A Reluzir não deu qualquer apoio à família. Procurou, apenas, encobrir o caso”, complementa.                                                                              Com a palavra, a Reluzir

O hospital foi procurado pela reportagem da Folha de Pernambuco e questionado se o vigilante era contratado pela unidade de saúde mental ou por alguma empresa terceirizada.

Nathália Damasceno, que está entre os responsáveis pelo Reluzir, informou que “as informações necessárias constam numa nota de esclarecimento” divulgada nas redes sociais e que este texto seria o “pronunciamento final” da instituição. Contudo, o comunicado não transparece a informação.

Damasceno ainda declarou que esta seria a quinta internação da vítima no hospital. A informação foi confirmada pela advogada da mulher.

Ela ainda afirmou que a exposição do caso se tratava de "sensacionalismo" da imprensa.                                                  Nota do hospital

Nas redes sociais, o Hospital Reluzir afirma que “não só deu todo apoio a vítima, como a família e a polícia para investigar o caso” e que a situação aconteceu durante a madrugada, mas a instituição só tomou ciência do caso pela manhã, durante uma consulta de rotina.

A unidade declara que, ao verificar as imagens da situação, registrou o boletim de ocorrência na Delegacia de Camaragibe e ligou para os familiares da vítima, convocando-os à para uma conversa com a coordenação e com a paciente, acompanhados de psicólogos, para minimizar os danos à saúde mental da vítima, mas a mãe e o padrasto dela só estavam disponíveis no sábado pela manhã.

O que aconteceu com o vigilante?
Sobre o autor do fato, a nota esclarece que ele trabalhava na jornada 12x36 (dia sim e dia não) e havia saído do hospital às 7h. Ele foi desligado da unidade, e a direção forneceu os endereços e telefones dele às autoridades policiais.

“O hospital lamenta profundamente o ocorrido e se coloca à disposição da Polícia Civil de Pernambuco e órgãos judiciários, para que o fato seja devidamente solucionado, com o rigor e sigilo que o caso exige”, finaliza a nota.

Inquérito na Polícia Civil de Pernambuco 
A Polícia Civil de Pernambuco informou que o inquérito policial foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco, no início de junho, o indiciamento do homem por estupro de vulnerável.

Ainda de acordo com informações da PCPE, um técnico de enfermagem que teria visto toda a cena de estupro, mas não tentou intervir para evitar o crime, também foi indiciado por omissão de socorro.

Disque 100 recebe duas denúncias, por hora, de estupro de vulnerável
Estatísticas nacionais mostram que a violência sexual contra crianças e adolescentes permanece alta no Brasil.

O serviço Disque Direitos Humanos (Disque 100) registrou, entre 1º de janeiro e 13 de maio deste ano, 7.887 denúncias de estupro de vulnerável.

A média de denúncias em 134 dias é de cerca de 60 casos por dia ou de dois registros por hora. 

Passadas cinco décadas do crime hediondo, dados disponíveis na página do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) revelam números altos, confirmados por indicadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que levanta informações nas secretarias estaduais de Segurança Pública.

Conforme relatório da entidade, foram notificados 58.820 casos de estupro de meninas e meninos nas delegacias de todo o país em 2022 – alta de 7% em relação ao ano anterior. 

Em 2022, de cada quatro estupros três foram cometidos contra pessoas “incapazes de consentir, fosse pela idade (menores de 14 anos), ou por qualquer outro motivo (deficiência, enfermidade etc.)”, descreve o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em 2023 pelo FBSP.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que apenas 8,5% dos estupros no Brasil são relatados à polícia. A projeção do instituto é que, de fato, ocorram 822 mil casos anuais.

Mantida a proporção de três quartos dos casos registrados nas delegacias, o Brasil teria mais de 616 mil casos de vulneráveis por ano.                             

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