Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: Ato acontece nesta terça-feira (2), Dia Mundial de Conscientização do Autismo, com atividades físicas, música e dança
Atividade - Foto: Clarice Melo/Folha de Pernambuco Como homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado nesta terça-feira (2), crianças autistas e suas famílias participaram de um ato no Marco Zero, Bairro do Recife, centro da capital pernambucana. O encontro, promovido pelo Instituto do Autismo (IDA), promoveu atividades físicas, música e dança para os participantes como parte da campanha "Todo Autista é Campeão".A programação também abre o Abril Azul, mês de conscientização sobre o autismo, que tem o objetivo de dar mais visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento.
Na celebração, as crianças também foram homenageadas com medalhas. O objetivo era reforçar o reconhecimento do espectro autista.
"A gente trouxe um palco para a criança poder subir, ganhar a sua medalha e poder de fato expor tudo que está sentindo. Mostrar toda a mensagem de felicidade que todo autista, devido a todas as barreiras que ele supera, já é campeão", explicou o diretor do Instituto, Kadu Lins.
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Desafios enfrentados
Apesar de ter ganhado maior visibilidade nos últimos anos, informações e políticas de tratamento sobre o Transtorno do Espectro Autista têm desafios para chegar às pessoas. Para se ter noção, de acordo cm o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), 37% das 184 cidades pernambucanas, ou seja, 68 municípios, não possuem ao menos um profissional de saúde apto ao diagnóstico do transtorno na rede de atendimento público. O mesmo vale para terapeutas ocupacionais, com somente 39 municípios que contam com ao menos um em seu quadro de profissionais.
O levantamento também mostra que existem cerca de 10 mil pessoas com indícios do transtorno em 102 dos municípios do Estado. Ao mesmo tempo, essas pessoas convivem com a dura realidade em que, dos 846 profissionais que atentem pessoas que vivem com TEA em Pernambuco, apenas 10% (82) possuem formação para essa finalidade.
Ações como a desta terça-feira chegam justamente para combater essa realidade e trazer luz sobre o TEA.
"O dia de hoje não é um dia de festa. É um dia de conscientização e chamar atenção para as necessidades que os autistas passam no mundo inteiro. Tudo que ainda precisa ser mudado com políticas públicas para melhorar essa condição de vida. Essa é a batalha que travamos hoje", completou o diretor do IDA.
Respeito e conscientização
Duas pessoas que convivem com o autismo dia após dia são Elizabete Dantas, representante comercial de 61 anos, e o filho, Gabriel Dantas, de 18 anos. À Folha de Pernambuco, ela conta que o jovem foi diagnosticado ainda aos cinco anos, e apresenta, como um dos principais desafios, a dificuldade com o aprendizado. Ainda assim, para Elizabete, o papel da sociedade é trazer aqueles que vivem com o autismo para perto."No mundo do autismo, cada um tem sua característica, dificuldades e qualidades. Eles vivem em um mundo sem maldade, sem querer ultrapassar ninguém. Na minha família e nas outras que vejo, buscamos por isso. Respeitar o mundo do autismo e trabalhar para que ele venha para o nosso mundo confortavelmente. Acabar com esse preconceito e discriminações. É preciso entender o autismo e não taxá-lo. Eu luto por isso", explicou.
Já Gabriel, que, assim como os outros, recebeu uma medalha, estava muito feliz. "Foi muito legal aqui hoje. Gosto de dançar. No instituto, faço esportes, como natação, e também a dança. É muito legal", afirmou.
O Instituto do Autismo já conta com seis unidades distribuídas no Recife, nos bairros de Boa Viagem e Imbiribeira, Zona Sul, e Graças e Poço da Panela, Zona Norte. Há, ainda, filiais em Igarassu, na Região Metropolitana, e Carpina, Zona da Mata Norte do Estado. Além disso, uma nova unidade está sendo construída no município de Caruaru, Agreste de Pernambuco.
Ao todo, mais de 900 funcionários fazem o atendimento especializado de mais de 500 crianças e adolescentes assistidos pelas seis unidades. Em todas as unidades, o IDA disponibiliza infraestrutura completa e uma equipe transdisciplinar, com psicólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, profissionais de Educação Física, pedagogos e musicoterapeutas.
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