Segundo o site https://jc.ne10.uol.com.br/pernambuco: Demolição foi autorizada pela Justiça desde 2019, que até hoje não foi feita pela Prefeitura do Recife
Edifício 13 de Maio, na área Central do Recife, está há décadas abandonado - Gabriel Ferreira/ Jc Imagem O Edifício 13 de Maio, abandonado há mais de 60 anos e com risco estrutural considerado muito alto, tem causado preocupação em moradores e comerciantes de seu entorno, no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife. Eles pedem pela demolição do “esqueleto”, abandonado há mais de 60 anos, autorizada pela Justiça há quatro anos.O prédio, localizado entre a Rua da União e a Rua da Saudade, coloca em risco centenas de pessoas por todos os lados. À esquerda, há a Rua Mamede Simões, point boêmio do Centro, repleto de bares e restaurantes que atraem larga clientela diariamente. À direita, está o Edifício União, com 11 andares de moradia. Em frente, o Ginásio Pernambucano, colégio tradicional do Estado.
É um risco que já tem anos e nenhuma providência foi tomadaAndré Rosemberg, proprietário do Bar Central
Nosso medo é que entre em colapso e nos atinja. Já estão caindo sedimentosJornalista Bruno Vieira, morador das proximidades
Esse prédio tem o mesmo tempo dos prédios do entorno, com uma média de 60 anos. Todo esse período esteve expostos às intempéries, com sol e chuva. Está bem deteriorado, com ferragens expostasCarméria Régia Carlos, 57, síndica de um edifício nas proximidades
Por isso, desde o mês de julho de 2023, está no ar um abaixo-assinado pedindo pela demolição da estrutura. Até agora, 294 pessoas assinaram a petição, feita pelo perfil Viva o Parque 13 de Maio, no Instagram.
"Órgãos municipais estiveram lá, constaram o risco, interditaram comercio da sua calçada e mais nada foi feito. Temos como moradores nos organizado, cheguei a coordenar um abaixo assinado encaminhado para o Ministério Público, posteriormente arquivado", denuncia o jornalista André Zahar, um dos moderadores do perfil.
"Também fizemos pedidos de informações para a Prefeitura e nada. Nenhum vereador com atuação na região dedica atenção ao problema. Existe um processo que se arrasta há anos na Justiça e nenhuma solução é encontrada", concluiu.
RISCO IMINENTE
O prédio pertence à Imobiliária União, proprietária do imóvel - cujo representante legal já é falecido - e foi projetado por Heitor Maia Neto em 1960. Seus 11 pavimentos foram erguidos, mas as obras jamais foram concluídas, já que não havia projetos aprovados ou licenças para construção.
Então, a estrutura foi deixada ao léu, sem qualquer manutenção. O primeiro registro de vistoria técnica feita pela Defesa Civil do município no edifício ainda é de 2012, quando foram recomendados serviços de recuperação a fim de mitigar o Risco Alto (R3) da estrutura.
Porém, as providências não foram tomadas - nem mesmo a instalação de telas e bandejas para evitar a queda de destroços sobre transeuntes - o que fez com que o prédio alcançasse o Risco Muito Alto (R4), o mais severo da escala, em 2019. Segundo parecer técnico da Prefeitura do Recife, ele passa por um processo de degradação da estrutura, manifestações de corrosão e fissuras na superfície. Ainda, indicou que a situação poderia ser agravada com o passar do tempo, já que a localização do prédio "faz com que o processo de corrosão seja acelerado, pois a edificação sofre ação direta da maresia".
DEMOLIÇÃO AUTORIZADA
Após diversas notificações e abertura de processos administrativos, a Prefeitura do Recife instaurou em 2018 um processo contra a família herdeira do edifício. Em 2019, a Justiça permitiu que o município demolisse o imóvel, mas isso não foi feito. O processo está parado desde junho de 2022.
"No meu entender, há um descuido do município em proceder com a demolição, já autorizada pelo poder judiciário", avaliou a advogada especialista em direito imobiliário Erika Lócio
A legislação estadual aponta que é de responsabilidade dos proprietários manter o imóvel em condições regulares. No entanto, Erika pontua que o município "tem o dever de resguardar e evitar risco de desastres naquela região".
“O município, dentre os entes, tem o dever e a responsabilidade de planejamento e controle do uso e ocupação do solo. Então, quem tem legitimidade para impor coercitivamente que o proprietário ocupe o solo devidamente, retomar para si aquele imóvel ou fazer uma ação demolitória é o próprio município”, disse.
Por nota, a Secretaria Executiva de Controle Urbano do Recife informou que existe uma decisão judicial obrigando o proprietário a realizar a demolição e que realiza manutenção preventiva para evitar novas ocupações enquanto o cumprimento da determinação tramita na Justiça. A reportagem não conseguiu contato com os proprietários do prédio. O espaço está aberto para esclarecimentos.
É um risco que já tem anos e nenhuma providência foi tomada
André Rosemberg, proprietário do Bar CentralNosso medo é que entre em colapso e nos atinja. Já estão caindo sedimentos<br>
Jornalista Bruno Vieira, morador das proximidadesEsse prédio tem o mesmo tempo dos prédios do entorno, com uma média de 60 anos. Todo esse período esteve expostos às intempéries, com sol e chuva. Está bem deteriorado, com ferragens expostas<br>
Carméria Régia Carlos, 57, síndica de um edifício nas proximidades
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