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Veja como Pernambuco pode ser afetado por onda de calor e confira cuidados que devem ser tomados

19 de novembro de 2023

/ by visao surubim

 Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: Ministério da Saúde recomenda, entre outros, uso de filtro solar e diminuição de esforços físicos neste momento de calor intenso

Hidratação é forte aliada para momento atual, onde há registros de aumento na temperatura em todo o país - Foto: Arquivo/Folha de Pernambuco                                                                                                                              Antes mesmo de o verão deste ano ser iniciado, em 22 de dezembro, uma forte onda de calor já está sendo percebida no dia a dia da população do Brasil. Em Pernambuco, não é diferente.                                                De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a maior temperatura registrada no estado, desde o início do período mais quente, foi em Caruaru, no Agreste, onde os termômetros chegaram a atingir 39,5° C, no último dia cinco.

Quatro dias depois, Brejão apareceu com a menor temperatura, apresentando 15,7º C.

Meteorologista da Apac, Fabiano Prestrêlo explica as razões para essa mudança nos efeitos climáticos em Pernambuco, já percebidas há aproximadamente um mês. “Essa onda de calor se deve a atuação de um sistema meteorológico conhecido como anticiclone, fenômeno que funciona como cúpula na média atmosfera e impede a formação de nuvens de chuva, permitindo que o sol aqueça cada vez mais a superfície e dificultando a dissipação do calor. Observamos que uma situação semelhante teve início quatro semanas atrás”, inicia.

Na manhã da última terça-feira (14), Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, registrou sensação térmica de 58,5º C. De acordo com o Centro de Operações Rio, a maior temperatura alcançada pelo termômetro por lá foi de 35,5º C.                                             

                                                         Por conta da localização no mapa do Brasil, é difícil que uma sensação térmica tão elevada assim seja sentida pela população distribuída nos nove estados do Nordeste. “Isso é pouco provável. As condições climáticas do Nordeste são bem diferentes das encontradas no Centro-Oeste e Sudeste. Aqui temos ventos alísios, que sopram do oceano, trazendo umidade e arrefecendo as temperaturas”, afirma.

Apesar disso, o dia a dia vem sendo marcado por uma maior quantidade de calor. E o meteorologista explica porquê.

“Estamos registrando temperaturas máximas cerca de três graus acima da média. A primavera e o verão são estações mais quentes do ano devido a ausência de chuvas, intensificadas agora pela atuação do El Niño, fenômeno representado pelo aquecimento da temperatura da superfície do Oceano Pacífico”, pontua.

Soluções em ideias e práticas podem ser adotadas por toda parte do mundo para que os efeitos climáticos acabem reduzidos. A nível local, são três as opções de mudanças.

                                                          “Entende-se que a diminuição do desmatamento e da emissão de gás carbônico, bem como de outros gases de efeito estufa, podem desacelerar o aumento da temperatura média global. Localmente, a construção de parques arborizados nas cidades, a utilização de energias renováveis e a diminuição da frota veicular podem amenizar essa situação”, lista.

O que trazem os estudos
A pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pesquisou o comportamento das ondas de calor no Brasil nos últimos 30 anos, com a contagem sendo encerrada em 2020. O resultado foi divulgado na última segunda-feira (13), apontando um aumento de sete para 52 dias.

                                                       Segundo estudo, foi apontando um aumento de sete para 52 dias em relação às ondas de calor | Foto: Reprodução/Inpe                                                                                                                                                Estudiosos do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), um observatório da União Europeia, por sua vez,  defendem que 2023 já é considerado o ano mais quente entre 125 mil. O anúncio foi feito no último dia oito, ressaltando ainda que, entre os recordes quebrados em outubro, está o de ter atingido uma temperatura 1,7° C mais quente que a estimativa da média do mês para um recorte entre os anos de 1850 e 1900.

Pode acontecer o mesmo com o frio?

Professor de Geografia e especialista em Meio Ambiente, Cazé Júnior também explica a origem do calor mais intenso, afastando surpresa. “As ondas de calor em todo Brasil seguem uma tendência de anos no fenômeno El Niño, resultado do aquecimento das águas do Oceano Pacífico”, inicia.
                                                                  Registro de dia ensolarado na área central da capital pernambucana | Foto: Arquivo/Folha de Pernambuco                                                                                                                                                        O fenômeno, inclusive, pode ser intensificado a partir de outros fatores. “Além desse fenômeno, outros fatores podem contribuir, como o desmatamento em grande escala”, garante.

O professor revela ainda que um cenário invertido, com apresentação de frio intenso, também pode ser consequência do aquecimento global. Tudo varia a partir da estação atual no calendário. 

“O aquecimento global provoca extremos de calor e de frio, ao contrário do que muitos pensam. Não é apenas aumento de temperatura. Quando ocorre calor, será muito intenso. Na mesma proporção pode acontecer com o frio. Como estamos na primavera e o nosso país não tem estações bem definidas, a primavera apresenta características de verão em muitas partes do país”, explica.

Cazé Júnior confirma aumento na temperatura em todo o território nacional e, quanto à sensação térmica, diz que o cenário “tende a piorar”.                                                                                                        Ele lista possibilidades que, se adotadas, podem contribuir para amenizar os desdobramentos. 
                                                                  Professor Cazé Júnior, especialista na temática do Meio Ambiente | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco                                                                                                                                                        Investir em energias limpas, como a solar e a eólica, estão entre exemplos.

“De fato, a temperatura está mais elevada. E a sensação térmica tende a piorar. Pois, fatores como construções civis e desmatamento pioram a sensação. Várias soluções são sugeridas como o reflorestamento de áreas degradadas, a substituição gradual de fontes de energia que emitem gases do efeito estufa ao meio ambiente por fontes de energia sustentáveis e ainda o planejamento urbano inteligente e adaptado às condições climáticas atuais, com, por exemplo, bairros mais sustentáveis, ‘cidades esponjas’ que absorvem água pela vegetação, ajudando a alimentar o lençol freático”, aponta.

Como se cuidar
Ministério da Saúde listou algumas recomendações para a população vivenciar esse momento de mais calor de forma segura e responsável. A ingestão de líquidos, mesmo sem sede, é enfatizada, assim como priorizar a ventilação.

As principais dicas são: evitar exposição direta ao sol, em especial, entre 10h e 16h; usar filtro solar, chapéu e óculos escuros; optar por roupas leves; diminuir esforços físicos; repousar em locais com sombra, frescos e arejados; não deixar crianças nem animais em veículos estacionados; favorecer a ventilação; aumentar ingestão de água e sucos naturais mesmo sem sede; evitar o consumo de álcool e bebidas com alto teor de açúcar; fazer refeições leves; diminuir a quantidade de roupas de cama; manter ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água; manter medicamentos abaixo de 25º C na geladeira (ler instruções de armazenamento na embalagem); tomar banho com água ligeiramente morna e evitar mudanças bruscas de temperatura; e, por fim, buscar ajuda se sentir tonturas, fraqueza, ansiedade ou tiver sede intensa e dor de cabeça.
                                                                                   É recomendado evitar exposição direta ao sol, em especial, nos horários que se estendem entre 10h e 16h | Foto: Arquivo/Folha de Pernambuco                                                                                      Cuidados com os pequenos

Médico pediatra, Luiz Renato Valério direcionou atenção, sobretudo, às crianças nessa época mais quente. Ele trabalha no Hospital Pequeno Príncipe, uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o Brasil, situado em Curitiba, no Paraná. 

Ele inicia a lista de recomendações com a ingestão de líquidos, e faz alertas.

“As crianças devem ingerir principalmente líquidos de boa qualidade como água filtrada, água de coco e sucos naturais frescos, porque quando deixamos em garrafinhas fora da geladeira ou dentro de uma mochila, estragam com facilidade”, diz.

                                                             Pediatra Luiz Renato Valério, no Hospital Pequeno Príncipe, localizado no Paraná | Foto: Divulgação  O melhor horário para tomar um banho demorado, de acordo com ele, é na margem do horário entre o fim da tarde e o início da noite. Em casos onde as fraldas ainda são utilizadas, são recomendados três banhos rápidos.

“A criança deve estar confortável, então é importante que os pais optem por vestir os pequenos com roupas de algodão. O ideal é que crianças pequenas passem pelo chuveiro de maneira rápida três vezes ao dia, com intuito de refrescar e tirar o suor e resíduos que possam ficar durante a troca das fraldas. Já o banho completo, que leva mais tempo, deve ser dado no fim da tarde ou no início da noite”, afirma.

Quando necessário sair de casa, um filtro solar deve ser passado antes, assim como repelentes. “Menores de um ano de idade devem evitar sair de casa, mas se necessário precisam permanecer pouco tempo em exposição solar. O mesmo vale para as maiores. E, em todos os casos, devem utilizar protetor solar com filtro 50. As temperaturas mais altas também proliferam insetos, então é indicado o uso de repelente”, complementa.

Por fim, o médico estende a recomendação para que a ventilação possa ser uma presença constante nesse período mais quente. “As portas dos cômodos e janelas devem estar sempre bem abertas para que os ambientes fiquem bem ventilados e não tenham aquela sensação de abafado”, encerra.
                                                                                 Crianças e idosos são grupos que precisam de maior atenção ao período; hidratação é ponto exaltado | Foto: Arquivo/Folha de Pernambuco                                                                  Idosos também precisam de mais atenção

Não são apenas as crianças que demandam atenção específica para a atual onda de calor. Os idosos, que têm mais sensibilidade no corpo, devem adotar o hábito de ingerir líquidos com a frequência de hora em hora, assim como dar prioridade aos alimentos de fácil digestão. É o que aconselha Janaína Rosa, coordenadora técnica de uma rede de cuidadores. 

“Idosos possuem grande tendência à desidratação. Por isso, é aconselhável ingerir líquidos mesmo sem estar com sede. Com as temperaturas elevadas, é recomendado incentivar a pessoa idosa a ingerir um copo de água de hora em hora, e investir em água saborizada e sucos naturais. Na alimentação, frutas e verduras costumam ajudar bastante. Consumir alimentos de fácil digestão deve ser prioridade", afirma.

Janaína ainda enfatiza a necessidade da exposição solar em horários determinados para obtenção de vitamina D. Fora deles, o uso do filtro solar deve ser regra. 
                                                                                                                                "Na alimentação, frutas e verduras costumam ajudar bastante", garante Janaína Rosa | Foto: Divulgação                                                                                                                                                “Idosos têm pele mais fina, o que requer mais hidratação e proteção. Por serem mais sensíveis, são suscetíveis a mais doenças de pele. Cuidados básicos com exposição ao sol e reaplicação do produto devem ser tomados para que a pele fique protegida. Cerca de 15 minutos  diários de exposição ao sol é o ideal, entre 10h e 10h30 ou 16h e 16h30, quando há menor incidência de raios ultravioletas e, ao mesmo tempo, auxiliam na produção de vitamina D”, frisa a coordenadora.                                                                                                                                

    

             


   

     

                                      

                      






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