Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: Após 25 dias de greve, a serem completados na próxima segunda-feira (28), o Metrô do Recife voltará a operar de forma integral, com 100% da frota.
A partir da data, a greve será suspensa e a categoria voltará ao estado de greve, enquanto oficializa as modificações acordadas com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Entre elas, a do reajuste salarial em 3,45%. Uma nova reunião entre a categoria acontecerá no próximo dia cinco, numa terça-feira.
"Vitória da classe trabalhadora. A gente precisa atender bem a população e esse é o momento da gente recuar para negociar e abrir espaço. Não é do jeito que queríamos, mas podemos dar um passo significativo para corrigir o salário", disse o presidente do Sindicado dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Luiz Soares, garantindo que abrirá negociação para "possibilidade de abono ou compensação para os dias parados".
Além do lado financeiro, os metroviários também votaram favoráveis às ações propostas sobre garantia de empregos em caso de privatização, garantia do Dia do Ferroviário e redução de horas de trabalho para quem tem filhos com deficiências, sem que haja qualquer redução salarial.
Assembleia dos metroviários aconteceu nesta noite, na Estação Central, no Recife (Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco Desde o dia 18 deste mês, o funcionamento das estações está sendo realizado somente nos chamados “horários de pico”, que se estendem das 5h30 às 8h30 e das 17h às 20h. Durante essa semana, aumentaram os relatos de usuários para superlotação. Uma dessas pessoas foi Andrea Ribeiro, de 47 anos. Por volta das 19h desta noite, ela aguardava sentada o transporte para voltar para sua residência, em Jaboatão dos Guararapes.“Eu estou indo para casa agora e está muito difícil. Eu estava em Boa Viagem e estou tão cansada que saiu um da linha Jaboatão agora lotado e eu nem levantei para pegar. Para quem precisa usar metrô e ônibus, tudo é mais difícil”, disse.
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Além de Andrea, essa dificuldade também foi vivida pela auxiliar de serviços gerais Joseane Neves, de 46 anos. Ela trabalha no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, e mora na cidade de Camaragibe, na Região Metropolitana.
“O metro vem em horários de pico agora e superlotado. A gente mal consegue entrar e quando entra, é logo espremido. É terrível”, afirmou. Ela inicia o trabalho diariamente às 7h, e costumava pegar o metrô para ir até o serviço. Na greve, foi obrigada a mudar sua logística.
“Eu pego às 7h no trabalho e agora tenho que ir de ônibus. Antes eu pegava o metrô às 5h, mas agora só abre às 5h30, e já não dá mais para mim”, lamentou.
Como num efeito dominó, os usuários não são os únicos afetados com a redução do horário de funcionamento do metrô.
Vendedor ambulante nas plataformas do Metrô do Recife há 14 anos, Elton da Silva, de 25 anos, paga as suas contas com o dinheiro que recebe das vendas de pipocas e chocolates. Passados mais de 20 dias com uma rotina diferente, ele citou as dificuldades que vem enfrentando. "A greve está afetando muito. A maioria dos ambulantes que tentam tirar renda daqui estão complicados, e tenho certeza que 90% estão com as contas atrasadas. Eu mesmo tive que fazer uns 'bicos' lá perto de casa e também fui vender nos ônibus, mas não se compara com a movimentação do metrô", revelou.
Dificuldades também foram relatadas por quem não conseguiu acesso ao meio de transporte. Como ocorreu com Jefferson Ramos, de 30 anos, nesta noite. Ele trabalha no Mercado da Boa Vista e tentava iniciar seu trajeto de volta para casa, mas encontrou os portões da Estação Central fechados.
"Eu cheguei às 20h em ponto e me barraram de voltar para casa. Ontem eu peguei o último metrô na (Estação) Joana Bezerra às 20h20. Nós dependemos disso também e agora vou me virar para chegar em casa", afirmou.
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