Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: A chuva que castiga boa parte do Sudeste deve continuar intensa até quarta-feira (12) trazendo risco de desastres como os que afetam Minas Gerais
Qual a previsão para Minas Gerais?
Infelizmente, é de chuva pesada até quarta-feira, de 80mm a 100mm numa região que tem mais 300 mm acumulados, em alguns lugares, até mais, nos primeiros dias de janeiro. Há risco de inundação, de deslizamento e de rompimento de barragens: Minas é um estado repleto delas, principalmente as de mineração. Elas estão acompanhadas pela Defesa Civil, técnicos, para que a população possa ser alertada e retirada a tempo.
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O desastre de Capitólio mostrou que áreas turísticas são vulneráveis. Qual a recomendação?
Cânions, cachoeiras, falésias, são perigosos porque a chuva intensa desestabiliza áreas naturalmente instáveis. Devem ser evitados, é uma questão de bom senso.
Hoje se completam 11 anos da tragédia da Serra Fluminense e chove muito nessa região há dias. Há risco para essa área? Que outros estados estão em alerta?
Rio de Janeiro e Espírito Santo sofrem com as chuvas e a previsão para eles é semelhante à de Minas Gerais. O risco é maior principalmente nas regiões montanhosas, com encostas encharcadas há dias e rios muito acima do nível. Temos tido incidentes menores, mas, assim como em Minas, uma pancada mais forte pode ser o gatilho para um desastre maior. Todos devem estar alertas e seguir as orientações da Defesa Civil. Os próximos dias não serão fáceis.
Quando a chuva termina?
A partir de quinta-feira e pelas duas semanas seguintes a tendência é de chuvas até abaixo da média histórica e as temperaturas sobem.
Modelos meteorológicos têm projetado calor extremo em parte da América do Sul. O que esperar?
Um calor intenso não só para a região, mas para qualquer lugar. Certamente chegarão aos 40ºC no Rio Grande do Sul, parte da Argentina e no Uruguai.
Quais os riscos?
O calor é perigoso para a saúde e em alguns lugares pode faltar energia porque as redes de transmissão, principalmente as mais antigas, não suportam o excesso de demanda por mais gente ligando o ar-condicionado ao mesmo tempo. É também péssimo para a agricultura, que tem sido castigada pela estiagem.
O que causa essa semana de extremos? A La Niña?
Não acho que seja apenas efeito da La Niña. Vemos o que seria uma flutuação normal da atmosfera, porém, com uma intensidade muito maior. A atmosfera é como um oceano de ar, tem ondas. O que os modelos de previsão projetam para os próximos dias são um mar revolto, ondas com cristas elevadíssimas e fundos muito pronunciados. Essas cristas são zonas de alta pressão. Os pontos fundos, verdadeiros vales, são as de baixa. Nas zonas de baixa pressão pronunciada temos chuvas torrenciais e nas de alta, calor.
Por quê?
Dois motivos combinados. As zonas de alta pressão inibem a formação de nuvens e a radiação do sol atinge a superfície sem piedade. São dias de sol de rachar. E alta pressão comprime o ar, que esquenta.
Os fenômenos podem ser ligados às mudanças climáticas no planeta?
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