Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: Criado em 2003, PPCAAM tem núcleos em 17 estados. Maior parte dos protegidos são homens e negros, com ensino incompleto e perseguidos pelo tráfico
Com a família em dificuldades financeiras, H.G.B.A. (nome preservado) foi cooptado, aos 14 anos, pela facção de tráfico que dominava a comunidade em que vivia, e virou força de trabalho no comércio de drogas. Dois anos depois, um “deslize” mudou sua vida. Ele perdeu uma carga da mercadoria ilícita numa apreensão policial e passou a ser alvo, com a família, de ameaças dos traficantes, que exigiam compensação financeira. Em agosto, o jovem foi inserido no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), política do governo federal em parceria com os estados que protege, hoje, 323 menores de idade e 399 parentes. Destes jovens, 61% foram ameaçados por questões relacionadas a quadrilhas do tráfico.Leia também
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Criado em 2003, o PPCAAM tem núcleos em 17 estados. Nos demais, jovens em risco de vida podem aderir ao programa, por meio do escritório central de Brasília. Desde o início, o programa já atendeu 4.835 crianças e adolescentes, além de 8.072 familiares. O perfil dos jovens tem cara e cor. Segundo o Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos, responsável pela ação, 74% dos protegidos são negros e homens, 72% têm ensino fundamental incompleto e 83% vivem com renda familiar de até um salário mínimo.
Na cidade em que está hoje, H.G.B.A. vive uma nova rotina: frequenta escola, faz atividades físicas numa academia, recebe acompanhamento psicológico, médico e joga numa escolinha de futebol. A mãe se mudou com ele, mas acabou voltando à cidade de origem e mantém contato por telefone.
"Optei por continuar sozinho, mas me sinto tranquilo, pois sei que um dia tudo vai voltar ao normal" afirma H.G.B.A., que se acostumou às regras depois de uma difícil adaptação, com orientações de educadores. — Meu sonho é arrumar trabalho, construir uma casa e voltar a ver meus irmãos, mãe e avó.
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