Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: Na última quarta-feira (22), iniciou-se a primavera, estação mais florida do ano. Nessa época, todavia, o pólen das árvores, flores e gramíneas viaja mais facilmente no ar e pode trazer consequências negativas à saúde. Junto às alterações climáticas da mudança de estação, há o surgimento ou agravamento de quadros relacionados a doenças alérgicas, respiratórias e virais.
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A médica esclarece que alergias são as reações exageradas do sistema imunológico a certas substâncias estranhas ao organismo, chamadas alérgenos. Dentre estes, estão os ácaros, pólens e pelos de animais.
Uma das mais comuns reações do corpo é a rinite alérgica, uma inflamação das mucosas nasais. "Ela se manifesta com espirros, coriza, entupimento ou congestão nasal e muita coceira no nariz", relata Mauro Karl, alergologista do Hospital Santa Teresa (RJ).
A resposta aos alérgenos também pode aparecer nos olhos. São os quadros de conjuntivite alérgica, explica o médico, uma inflamação na mucosa ocular. "É aquele tecido vermelho do olho, que vemos ao puxar a pálpebra para baixo. O tecido inflama e causa irritação, coceira, lacrimejamento e uma sensação de incômodo com a luz", diz.
A diferença para outros tipos de conjuntivite, como as causadas por bactérias ou vírus, é que a alérgica costuma atingir os dois olhos simultaneamente. "Ela também não causa aquela secreção purulenta e causa menos dor, tem um incômodo menor que a infecciosa", esclarece Karl. Segundo o médico, os dois quadros, de rinite e conjuntivite, podem manifestar-se juntos. Da mesma forma, a rinite alérgica pode estar associada a quadros de asma, outra doença comum na primavera.
A asma é uma condição respiratória crônica que pode ser causada ou desencadeada por fatores ambientais como poeira, ácaros, mofo, pólen e cigarro, conta a médica do Sabará Hospital Infantil. Tosse persistente, chiado no peito, falta de ar e cansaço são sintomas da doença.
Com a chegada da nova estação, os médicos recomendam medidas que podem evitar que os alérgenos entrem em contato com as vias respiratórias. Arejar os ambientes, utilizar capas antialérgicas nos colchões e travesseiros, limpar a casa adequadamente, sem o uso de vassoura, são exemplos de ações preventivas.
"Também é preciso diminuir a exposição ao pólen, que fica na atmosfera principalmente no período da manhã. Para quem já é alérgico ao pólen, recomenda-se não fazer caminhada em ambientes que tenha muita vegetação", indica Karl.
O alergologista acrescenta que há ferramentas de previsão de clima e tempo que, além da temperatura e precipitação, mostram também a previsão da quantidade de pólen nos locais, como o The Weather Channel. "Assim como se prevê o clima, é interessante que a pessoa consulte a ferramenta para ajudar nessa prevenção", diz.
VACINAÇÃO EVITA DOENÇAS VIRAIS
Na primavera, a incidência de quadros infecciosos causados por vírus aumenta, principalmente entre crianças. A catapora, por exemplo, é uma doença altamente contagiosa, cuja maior ocorrência se dá no período de transição entre o inverno e a primavera.
"Os vírus têm uma circulação maior na primavera e verão, por causa do ambiente seco, da falta de vacinação adequada e do aumento de número de casos nessa época", explica Raquel Muarrek, infectologista da Rede D'or.
Além da catapora, que causa lesões avermelhadas na pele e coceira, outras doenças devem acender o alerta nessa época do ano. Dentre elas, o sarampo, a rubéola e a caxumba.
O sarampo é um dos quadros mais graves e pode ser fatal. Seus sintomas incluem febre, tosse, coriza ou congestão nasal, irritação nos olhos e manchas vermelhas na pele. Por sua vez, a rubéola causa febre baixa e lesões avermelhadas na pele.
O principal sinal da caxumba é o inchaço das glândulas salivares, que ficam na região do pescoço, o que gera dificuldade para engolir e mastigar, além de dor. Todavia, cerca de 30% das infecções não apresentam inchaço dessa área, o que faz com que as pessoas possam demorar para identificar a doença.
Todas as doenças citadas são evitadas com vacinação. "A vacinação de catapora é com a quádrupla viral, com duas doses, que protege também contra sarampo, rubéola e caxumba", explica a infectologista da Rede D'or.
Muarrek relembra que, se a pessoa não lembra se tomou as vacinas, há exames para verificar se tem defesa para aquelas doenças ou a possibilidade de revacinação. Por isso, é importante consultar um médico. "A principal conversa em relação às doenças de primavera é: atualize sua carteira de vacinação", complementa.
SAIBA MAIS
DOENÇAS DA PRIMAVERA
O que muda na primavera?
Baixa umidade relativa do ar
Elevação de temperatura
Partículas, como pólens de árvores, flores e gramíneas, mais dispersas no ar
Vírus mais dispersos no ar
Público mais acometido por doenças da época:
Crianças
Idosos
Pessoas com alergias e problemas respiratórios
Principais doenças relacionadas à estação:
Asma: doença respiratória crônica que causa inflamação dos brônquios
Sintomas:
Falta de ar
Tosse seca
Chiado no peito
Respiração curta e rápida
Rinite alérgica: doença inflamatória da mucosa do nariz
Sintomas:
Coceira no nariz, olhos ou garganta
Coriza
Espirros
Congestão nasal
Conjuntivite alérgica: inflamação do olho causada por um alérgeno, como poeira, ácaro ou pólen
Sintomas:
Coceira nos olhos
Lacrimejamento
Olhos vermelhos e/ou inchados
Sensibilidade à luz
Catapora: doença infecciosa e altamente contagiosa causada pelo vírus Varicela-Zoster
Sintomas:
Lesões (bolhas e erupções) vermelhas na pele
Coceira
Febre
Sarampo: doença infecciosa grave causada pelo vírus do sarampo (Morbillivirus)
Sintomas:
Febre
Tosse
Irritação nos olhos
Coriza ou congestão nasal
Manchas vermelhas na pele
Rubéola: doença infecto-contagiosa causada pelo Rubivirus
Sintomas:
Febre baixa
Lesão avermelhada na pele
Caxumba: doença infecto-contagiosa causada pelo vírus Paramyxovirus
Sintomas:
Aumento das glândulas na região do pescoço
Febre
Dor ao mastigar ou engolir
Perda de apetite
Medidas preventivas:
Estar com a vacinação em dia
Deixar os ambientes ventilados
Lavar roupas de cama e toalhas com frequência
Fazer a limpeza da casa com aspirador de pó ou pano úmido
Evitar varrer a casa para não levantar a poeira
Evitar exposição à fumaça de cigarro, poeira e poluição
Utilizar umidificador de ar
Realizar lavagem nasal com soro fisiológico
Fontes: Fátima Rodrigues Fernandes, coordenadora do departamento de Alergia e Imunologia do Sabará Hospital Infantil; Mauro Karl, alergologista do Hospital Santa Teresa (RJ); Raquel Muarrek, infectologista da Rede D'or; Ministério da Saúde.
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