Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: Do começo, em 1991, aos dias de hoje, os procedimentos de transplante cardíaco passaram por evoluções
Uma conquista que é celebrada amanhã. O primeiro transplante cardíaco de Pernambuco aconteceu há 30 anos e teve como principal cirurgião Dr. Carlos Moraes, referência na área e atual presidente e cirurgião do Instituto do Coração do Real Hospital Português. O primeiro procedimento foi o pontapé inicial para uma revolução na área. “A partir do primeiro transplante, nós criamos um Programa de Transplante Cardíaco com uma equipe numerosa que atende pacientes que estão no estágio final da insuficiência cardíaca”, pontua o médico.Marco para o Estado
Insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana e ritmos cardíacos irregulares (arritmias), são alguns problemas de saúde que podem levar o paciente a necessitar de um transplante cardíaco. Para o médico cirurgião Carlos Moraes, o primeiro transplante cardíaco de Pernambuco, que foi realizado em 1991, colocou a medicina do Estado em um nível mais elevado. “A equipe do Programa de Transplante Cardíaco é capaz de se organizar, ver se realmente há indicação para um transplante, discutir o caso e depois colocar o paciente em uma lista de eventuais receptores. Isso demanda uma enorme organização, que no princípio, foi muito difícil, pois não havia Central de Transplante, não havia doadores. Mas nós vencemos todas as barreiras. O que me deixa mais orgulhoso, é esse programa, desde 1991, nunca ter sido interrompido. Nunca ficamos algum mês sem fazer transplante, sempre tivemos a postos. Nós estamos há 30 anos sobreaviso”, explica Carlos Moraes.
Procedimentos do transplante
O início dos procedimentos de transplante cardíaco no Estado foi fundamental, também, para que a equipe médica deixasse de lado o medo de tratar pacientes em estado grave. “Quando surge, por exemplo, um caso de infarto agudo do miocárdio, e a gente aciona a equipe, em meia hora estão todos disponíveis no hospital. A equipe acostumou-se a tratar pacientes graves, mesmo que não sejam para transplante. A gente perdeu o medo de doenças graves, e isso é o mais importante. Além disso, o coração é um órgão que tem pouca reserva, entre você tirar o coração de uma pessoa que está em morte cerebral, com o coração batendo e implantar no receptor, você tem no máximo quatro horas e isso é completamente diferente do transplante de outros órgãos”, complementa o médico.
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Trajetória repleta de desafios
Ao longo de 30 anos de procedimentos, algumas dificuldades foram vivenciadas pela equipe médica. “Durante esses 30 anos, nós tivemos inúmeras dificuldades, como problemas na doação e no nível socioeconômico dos doentes, porque o paciente que recebe o coração precisa ter, ao longo de toda a vida, cuidados. Em algumas situações, os doentes são transplantados, ficam bem, vão para casa. Seis meses depois acham que estão curados e suspendem a medicação e acontece a rejeição do órgão”, destaca Carlos Moraes.
Apesar das dificuldades, a cirurgia cardíaca não é dificultosa e a coleta das doações já estão sendo realizadas à distância. “A cirurgia em si do transplante cardíaco não é difícil, é tecnicamente fácil e houve modificações da técnica ao longo dos anos. Para o procedimento, o coração é retirado, atualmente nós já retiramos à distância, em outras cidades, quando o avião aterrissa no Recife, é que abrimos o doador para fazer o transplante, tiramos o coração e suturamos no paciente”, explica.
Celebração dos 30 anos
Para comemorar a data, o Instituto do Coração do Real Hospital Português, promove, amanhã, às 17h, palestras que serão ministradas pelos médicos Carlos Moraes, Fernando Moraes e Deuzeny Tenório e pela enfermeira Siglya Santos. Após as palestras, será servido um coquetel aos convidados. O evento ocorre no Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe), na rua Conselheiro Portela, 203, no bairro do Espinheiro, no Recife.
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