Segundo o site https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo: Os desastres provocados pelas mudanças climáticas são o tema escolhido para o Dia Mundial Humanitário deste ano.
Criada pela ONU em 2003, a data, celebrada em 19 de agosto, destaca a importância de “defender a sobrevivência, o bem-estar e a dignidade das pessoas afetadas por crises, e a segurança e a proteção dos trabalhadores humanitários”. Por Camila Luz, da RFIA data foi criada em memória do atentado a bomba em Bagdá de 19 de agosto de 2003 contra a sede local das Nações Unidas, que matou 22 pessoas, entre elas o diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos que atuava no Iraque. A cada ano, o Dia Mundial Humanitário busca atrair a atenção para alguma importante demanda social.
Em 2021, as crises provocadas pelas mudanças climáticas foram o tema escolhido devido ao dano humano imediato causado pelos desastres naturais, que tem no deslocamento forçado uma das consequências mais devastadoras. “A emergência climática é a crise que podemos chamar de definidora do nosso tempo”, declara Luiz Fernando Godinho, porta-voz da Agência da Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil.
Godinho lembra dos haitianos acolhidos pelo Brasil, com visto de residência, por razões humanitárias, quando um forte terremoto atingiu o país em 2010, matando mais de 200 mil pessoas e deixando 1,5 milhão de desabrigados, trazendo à tona a questão dos “refugiados ambientais”, ou seja, pessoas que precisam buscar abrigo após um desastre climático. E a tragédia se repete no país, quando um terremoto seguido por uma tempestade tropical no último fim de semana já deixou mais de 2 mil mortos.
O porta-voz explica que a expressão refugiado ambiental não é oficialmente utilizada no Brasil ou internacionalmente, mas que a Acnur reconhece que essas pessoas existem e que elas deixam suas moradias como consequência de desastres extremos, dependendo da proteção internacional.
Crises humanitárias pelo mundo
Para Godinho, o mundo vive crises humanitárias sem precedentes, relacionadas às mudanças climáticas, mas também a situações de conflito e questões geopolíticas. O grande número de refugiados atualmente é o principal indicador da gravidade desse problema. “Nós temos hoje mais de 80 milhões de pessoas em todo o mundo que foram forçadas a se deslocarem em seus países, de seus locais de origem, muitas delas buscando refúgio em outros países”, alerta.
Entre as emergências humanitárias de maior proporção, o porta-voz da Acnur destaca a da Síria, cuja crise afeta também países vizinhos do Oriente Médio. Ele cita ainda o Sudão do Sul, a República Centro-Africana, o Congo, os refugiados Rohingya em Mianmar, e o Afeganistão, após a retomada recente do país pelo movimento fundamentalista islâmico Talibã.
Já na América do Sul, a crise na Venezuela, que também afeta o Brasil devido ao fluxo de refugiados, é uma das principais preocupações dos trabalhadores humanitários na região.
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