Segundo o site https://g1.globo.com/pe/pernambuco: Segundo Polícia Civil, a vítima, que estava com três meses de gestação, foi achada morta no Cabo de Santo Agostinho, em novembro de 2020. Nesta terça (19), corporação detalhou o caso.
A polícia desvendou o caso de um corpo de uma mulher achado carbonizado, em novembro de 2020, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Nesta terça (19), a corporação divulgou a prisão do amante da vítima, autuado por feminícidio. O delegado disse que a jovem estava grávida de três meses do suspeito, em um relacionamento "oculto", e que o crime foi praticado por ela se negar a tirar o bebê.Em entrevista coletiva concedida na manhã desta terça, no Recife, o delegado Marcos de Castro, adjunto da Delegacia de Homicídios do Cabo, afirmou que o suspeito do assassinato foi autuado por outros crimes: ocultação de cadáver, fraude processual, por ter imposto obstáculos ao processo de investigação, além de aborto não consentido.
O homem, que não teve o nome divulgado, foi encaminhado ao Centro de Triagem Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. “Ele pode pegar até 45 anos de prisão por todos esses crimes”, declarou o policial.
A mulher, de 26 anos, desapareceu no dia 28 de novembro. Ela saiu de casa e disse aos familiares e amigos que iria se encontrar com o amante. O delegado informou que a vítima sabia que ele tinha uma noiva e que estava mantendo com ela um relacionamento extraconjugal. No dia seguinte, segundo a polícia, o corpo foi localizado carbonizado em meio a uma mata a poucos metros da rodovia BR- 101, no quilômetro 100. No dia em que o cadáver foi encontrado a polícia divulgou alguns detalhes.
De acordo com o delegado Antônio de Campos, que deu início às investigações, a vítima estava com os braços e as pernas abertos e o corpo quase todo carbonizado. Ele disse também que havia indicativos de que ela estava apenas com roupa íntima.
Nesta terça, a polícia disse que vestígios encontrados no carro do suspeito foram importantes para elucidação do caso.
"Ouvimos uma testemunha, que contou ter ajudado o homem a limpar o veículo, na noite do desparecimento da vítima. Essa pessoa contou que ele colocou um produto de cheiro muito forte nos bancos e jogou fora um brinco, que estava no banco. Esse acessório seria usado pela mulher morta”, disse Castro.
Diante dos resultados da investigação, o delegado disse ter conseguido mostrar o que aconteceu. “O suspeito exigiu que a vítima interrompesse a gravidez, contudo ela o contrariou e optou por dar continuidade a gestação, acabando, assim, por ser assassinada”, afirmou o policial.
Na coletiva, Castro contou que 15 dias antes de ser assassinada, a vítima começou a contar para os parentes que estava grávida do suspeito. “Nesse momento, ele começou a tramar para executá-la”, disse.
A polícia, no entanto, não conseguiu comprovar se ela foi morta antes de ter o corpo carbonizado. “O cadáver estava em avançado estado de decomposição”, observou.
Ainda de acordo com o delegado, há áudios enviados pela vítima a amigos e parentes, mostrando que ela estava sendo ameaçada e que eles mantinham essa relação oculta”.
Para a polícia, a noiva do autor do crime não teve relação com o assassinato. Castro comentou que a vítima não pretendia seguir o relacionamento com ele, mas cobrava o reconhecimento do filho. Sobre a postura do suspeito preso, o delegado afirmou que ele não colaborou em nenhum momento. “Ele sempre negou que tivesse relacionamento com a vítima. Pedimos para ele material genético para confrontar com o corpo do bebê e ele também não forneceu”, disse.
Em relação assassinato, o homem negou o envolvimento, de acordo com o policial. “Ele procurou a delegacia na segunda (18) e disse que estava sendo acusado do crime”, afirmou o policial, informando que a todo momento ele tentou despistar.
“Descobrimos também que ele usou o celular da vítima para mandar mensagens parentes dele, depois de ela ter sido morta, para mostrar que não tinha envolvimento no desparecimento dela", contou o delegado.
Estatísticas
Na sexta-feira (15), a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que Pernambuco fechou 2020 com mais homicídios do que em 2019. A alta chegou a 8,4%.
As estatísticas também apontam para o aumento de Crimes Violentos Intencionais (CVLI) contra vítimas do sexo feminino e de feminicídios, tanto no acumulado do ano como no mês de dezembro.
Em Pernambuco, os homicídios contra mulheres passaram de 199 para 237, quando comparados os períodos de janeiro a dezembro dos anos de 2019 e 2020. Isso representa um aumento de 19,1%.
No mês de dezembro, a notificação desse tipo de crime subiu 64,3%, saindo de 14 casos em dezembro de 2019 para 23 casos em dezembro de 2020.
Os crimes de feminicídio aumentaram 33,3%, quando se contabilizam os meses de janeiro a dezembro de 2019 e 2020.
Os registros saíram de 57 para 76 casos. No último mês de dezembro nove mulheres foram mortas em feminicídios, contra cinco do mesmo período de 2019, um aumento de 80%.
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