De acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a medida visa suprir um déficit de gastos com operação, folha de pagamento e indenizações da empresa. Cerca de 400 mil pessoas usam o metrô diariamente.
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No anúncio do reajuste, a Companhia informou que o custo de manutenção de todo o sistema metroviário no Estado para 2019 é de R$ 541,2 milhões, enquanto a arrecadação seria de até R$ 70 milhões. Com o aumento, a expectativa é de que a cobertura do sistema passe de 19% para 21%, o que representaria uma arrecadação de R$ 130 milhões. Os números finais do ano ainda não foram divulgados pela CBTU.
Antes da série de aumentos, a passagem custava R$ 1,60. No dia 5 de maio, a tarifa passou a custar R$ 2,10. Os aumentos seguintes entraram em vigor em 7 de julho (R$ 2,60), 8 de setembro (R$ 3) e 3 de novembro (R$ 3,40).
Passageiros discordam do aumento
Mariana Magma, de 48 anos, mora do bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Atualmente, ela está desempregada, mas busca qualificação através de um curso de confeitaria que faz duas vezes por semana no centro do Recife, e conta das dificuldades com os gastos com transporte.
“A passagem aumentou muito nos últimos meses. Para mim esse aumento é um absurdo. Para quem tá desempregado piora ainda mais a situação, mas não temos o que fazer se o Governo Federal quer assim”, relatou.
A militar Débora Duarte, de 38 anos, usa o metrô diariamente para se locomover de casa para o trabalho e reclama do aumento do valor da passagem já que, segundo ela, a qualidade do serviço é "péssima".
“Eu moro próximo à Estação Engenho Velho, em Jaboatão, e metade do teto está para fora. A segurança lá é zero e os trens demoram muito. Esse aumento não justifica. Ninguém está preparado, porque a gente não quer aumento nenhum”, afirmou a militar.
Assim como ela, a economista doméstica Wedja Santana, de 37 anos, também não concorda com o aumento escalonado da passagem do metrô. “Eu acho injusto com a classe trabalhadora que vive com o dinheiro contado. A gente tem que dar conta de casa, da família, da gente também, e só vemos aumento e não os benefícios”, contou.
Wedja reclama, ainda, das condições precárias dos trens. “Normalmente, pegamos o metrô lotado, sem segurança, sem informação do que está acontecendo. Muita gente tá usando o espaço como oportunidade de trabalho, mas também acontece muito vandalismo e risco”, reclamou.
A reportagem do Portal FolhaPE esteve na Estação Recife do Metrô nesta quinta-feira (2) e não encontrou nada que informasse aos passageiros sobre o aumento da passagem. Na bilheteria consta, ainda, cartazes com o valor de R$ 3,40.
Privatização
Em dezembro, uma resolução publicada no Diário Nacional da União (DOU) autorizou um estudo para a concessão do serviço do metrô do Recife à iniciativa privada. “A contratação, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dos estudos especializados necessários à estruturação da concessão do serviço público de transporte ferroviário de passageiros em Recife e outras quatro regiões metropolitanas atendidas pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU e pela Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.(Trensurb)”, diz a publicação.
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