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'Guerra de sacolés' entre comunidades do Rio viraliza

21 de janeiro de 2020

/ by visao surubim
Segundo o site https://odia.ig.com.brAlguns saquinhos são cheios com água de esgoto, tinta e até fezes; historiador explica que 'batalhas' remontam ao século XIXJovens marcam ponto de encontro para ocorrer a 'guerra de sacolé'Jovens marcam ponto de encontro para ocorrer a 'guerra de sacolé' - 
Rio - A nova moda entre jovens moradores de várias comunidades do Rio de Janeiro, que vão do Gogó da Ema e Guaxa, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, viralizou nas redes sociais. A brincadeira, conhecida como 'guerra dos sacolés', tem tomado conta das ruas, com postagens marcando os encontros em determinadas localidades e inclui a postagem de vídeos de "façanhas", que constitui arremessar os sacos em oponentes. O conteúdo dos saquinhos, ao contrário dos tradicionais sucos de fruta, geralmente não é nada saboroso. Os participantes costumam entrar na 'batalha' usando água de esgoto, tinta, urina e até fezes. A prática não é nova e há registros de outras "guerras" desde o século XIX.
A preparação para a 'guerra dos sacolés' geralmente é registrada em vídeo, com músicas que enaltecem os 'combatentes' e o resultado final, com direito a placar, figura em diversas postagens na web. No local marcado, os jovens começam a arremessar os sacolés uns nos outros. Os perdedores saem geralmente sujos e desmoralizados.
Em vídeos divulgados na internet, é possível ver várias pessoas participando da brincadeira. Algumas cobrem o rosto para não serem identificadas. 
Tal batalha, no entanto, remonta a períodos antigos da história universal e do Rio de Janeiro. O professor e historiador de cultura de rua, Luiz Antonio Simas, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que a prática não é recente. Segundo ele, a modalidade antigamente era conhecida como "entrudo carnavalesco", que como indica o nome, acontecia na época do Carnaval. À época, no século XIX, as pessoas iam às ruas ou espaços rurais e jogavam lama, limões de cheiro e também fezes, umas na outras. E, apesar de parecer uma brincadeira, a modalidade era considerada violenta e ofensiva.

"O entrudo se caracterizava por esse tipo de coisa. É algo que ao mesmo tempo que é uma diversão e que cria sociabilidade, também é marcada por esse padrão que espanta", explica o historiador.

*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes

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