Por sua privilegiada posição geográfica tornou-se um polo centralizador da Mata Norte, o que vem impulsionando a sua expansão econômica, principalmente nos setores comercial e imobiliário. O Shopping Carpina, o Novo Atacadão e as Casas Bahia, recém-inaugurados, estão contribuindo para atrair mais visitantes e compradores de outras cidades da Zona da Mata e do Agreste.
O comerciante limoeirense Lourinaldo Clemente, proprietário de nove lojas, sendo três em Carpina (Bárbara Modas) contou que decidiu investir na cidade porque “foi aqui que comecei, como camelô. Cresci bastante, e em Carpina vou investir ainda mais. A cidade é centralizada e consumidores de outras cidades vêm comprar aqui, pois têm mais opções. Abrir um comércio em Carpina é uma estratégia para reduzir custos e conquistar clientes. Mas reclama: “o que falta aqui para melhorar o comércio é organizar a feira livre. Desse jeito estão destruindo o comércio e afastando os lojistas”. “O comércio de Carpina também foi atingido pela crise econômica que afetou o País. Mas teve menos impacto que em outras cidades, pois a população prefere comprar perto de casa, em busca do menor preço e por ser cidade polo da região”, afirmou. O comerciante Fábio Augusto da Fonseca, 49, veio de Passira, no Agreste, investir em Carpina. “No complexo nacional Carpina está fora da crise por causa do fluxo de consumidores de outros municípios, exatamente o que me atraiu até aqui. Mas o comércio de Carpina seria melhor se houvesse planejamento e organização, principalmente da feira livre, do trânsito e calçadas tomadas por camelôs”, opinou. Ele é proprietário das lojas Passarela e Atacadão dos Jeans.
Mesmo sem uma industrialização de forma intensa na região, Carpina tem ajudado no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco. Esses comerciantes apontam que é importante investir no comércio local, no empreendedorismo e na qualidade dos serviços públicos para elevar a economia local. Eles ainda destacaram que a cidade é importante para o cenário econômico da região, mas precisa de mais investimentos. “O comércio local é importante para gerar riquezas não só para cidade como um todo, mas também para a população. Mas é preciso investir no transporte público, na saúde e nos demais serviços que elevam a qualidade de vida e capacidade laboral do trabalhador”, concorda o presidente da CDL-Carpina, Pedro Francisco dos Anjos. Ele também está otimista com as vendas e compras do final de ano e para 2020. “A previsão dos lojistas é que a temporada do Natal e Ano Novo será melhor que a de anos passados. E as coisas devem melhorar ainda mais, graças à recuperação da economia, e sei que antigos projetos de empreendimentos estão por sair do papel”.
A própria Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) diz que haverá um aumento de mais de 7% nas compras e vendas em relação ao ano passado, baseado nos fatores de controle da inflação, taxa de juros baixa e avanço do crédito das famílias. Em Carpina, eles também esperam a temporada do Natal como crianças pelo Papai Noel.
“O comércio em geral só começa a esquentar a partir do dia 20 de dezembro com o pagamento do 13%. Cremos que tudo vai melhorar com o aumento das compras para o Natal e Ano Novo”, afirmou o comerciante Vinícius Monteiro Borba, 50 anos. Proprietário do Supermercado Gonzagão, ele veio de Timbaúba investir em Carpina. “Quando resolvi instalar um supermercado, estudei a região da Zona da Mata, e percebi que Carpina era a cidade mais promissora da região. Não me arrependi. Carpina, hoje, continua sendo a cidade com maior desenvolvimento na região”, disse.
O comércio tem se desenvolvido muito em Carpina nos últimos anos, e isso vem alavancando outros setores, como o imobiliário, com o surgimento de loteamentos, condomínios e melhorias na construção civil. Há ainda a possibilidade de se criar polos de economia regional, a exemplo da ideia do polo industrial no município, que concentra uma população grande e é um bom local para o desenvolvimento econômico.
No entanto, o presidente do CDL lamenta a falta de indústrias. “Porque Carpina não tem área territorial para que seja destinada a um polo industrial. E tem, porém essas estão nas mãos de grandes empresários e de pessoas que não têm interesse no crescimento da cidade. Muitos são donos de terrenos e terras desocupadas, mas não abrem mão. Pasmem: Carpina é a única cidade do País que tem boa parte do seu perímetro urbano ocupado em experimentos do Instituto do Álcool e do Açúcar (IAA) que serve de pesquisa para as usinas. Creio que seriam mais de 200 hectares que serviriam para a construção de um polo industrial”, comentou. Concluímos com a opinião do aposentado Inácio Pereira: “Por que Carpina e Lagoa do Carro não fazem parceria para instalação de um pólo industrial que serviria aos dois municípios?”.
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