"Os elementos recolhidos indicam que a Argeplan e sua estrutura financeira e funcional foram colocadas várias vezes a serviço das demandas da vida pública e privada de Sua Excelência o Presidente Temer", disse o delegado Cleyber Malta Lopes em relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF), como relatado nesta sexta-feira pelo jornal O Globo.
A Argeplan é uma empresa de propriedade do ex-coronel da Polícia Militar, João Batista Lima, amigo pessoal de Temer e também investigado pelas autoridades brasileiras.
A investigação apura se Temer recebeu suborno em troca de benefícios para empreas que operavam no porto de Santos (SP), graças à aprovação de um decreto.
O Supremo aceitou nesta sexta-feira conceder à polícia uma prorrogação de 60 dias para concluir a investigação (esta é a terceira vez que os agentes pedem mais tempo para investigar o presidente).
No momento, o delegado Malta Lopes advertiu a Suprema Corte de que ele encontrou "ligações financeiras suspeitas" entre as supostas empresas beneficiadas, Argeplan e o amigo de Temer.
Esse novo caso de corrupção poderia custar ao presidente brasileiro a terceira denúncia no que foi seu mandato.
Temer foi denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no ano passado, por supostos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a uma organização criminosa.
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No entanto, em ambas as ocasiões o governo conseguiu mobilizar seus aliados na Câmara dos Deputados, que decidiu arquivar as queixas por maioria, impedindo que Temer fosse afastado do cargo para ser investigado.
No entanto, em ambas as ocasiões o governo conseguiu mobilizar seus aliados na Câmara dos Deputados, que decidiu arquivar as queixas por maioria, impedindo que Temer fosse afastado do cargo para ser investigado.
Contudo, Temer perderá o foro privilegiado a partir de janeiro de 2019, quando as duas denúncias já apresentadas deverão voltar a tramitar.
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