Após a desobstrução do Porto de Suape e a chegada de combustível em muitos postos do Grande Recife, as filas para abastecer começam a diminuir, nesta quinta-feira (31). As rodovias federais que cortam o estado não têm mais bloqueios. O Centro de Abastecimento (Ceasa) de Pernambuco, no Recife, registra chegada de inúmeros caminhões nesta manhã, com preços de diversos produtos voltando à normalidade.
Os caminhões que distribuem gasolina, álcool e diesel estão trabalhando 24 horas por dia, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE). A venda de combustível ainda está limitada.
Algumas distribuidoras da Região Metropolitana também já possuem gás de cozinha para vender, mas ainda há pontos em que não chegaram botijões. No Agreste e Sertão do estado, o gás deve chegar em até sete dias.
Governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) afirmou, na quarta-feira (30), que a expectativa é de que a situação de desabastecimento de combustível e mercadorias causada pelas interdições no estado deve estar normalizada na primeira semana de junho.
Combustível
Segundo o presidente do Sindcombustíveis-PE, Alfredo Ramos, a previsão é de que até a fim da sexta-feira (1º) todos os postos da Região Metropolitana tenham todos os tipos de combustível para atender a população. Para o interior do estado, a normalização do serviço deve acontecer dentro de sete a oito dias.
Para garantir um reabastecimento mais rápidos dos postos de combustível, as distribuidoras estão trabalhando 24h, em esquema especial. "Esses mesmos carros que estão indo, estão voltando. Vemos que as filas estão diminuindo e, por isso, pedimos paciência à população", afirmou Alfredo Ramos.
Dos combustíveis disponíveis em alguns postos do Grande Recife, o diesel ainda chega em menor escala do que a gasolina e o álcool. Isso porque a prioridade de abastecimento é dos serviços essenciais, como carros de Bombeiros e ambulâncias, que são abastecidos a diesel. Dessa forma, nos primeiros momentos de reabastecimento, a quantidade disponível para a população no geral é menor.Na quarta-feira (30), cerca de 650 caminhões deixaram o Porto de Suape com combustíveis e gás de cozinha (Foto: Reprodução/TV Globo)
Alguns caminhões de combustível também seguiram para Petrolina, no Sertão. No entanto, por causa da distância de Suape, que é de cerca de 700 quilômetors, o município também deve ser abastecido por caminhões oriundos da Bahia e de Juazeiro do Norte.
Cerca de 650 caminhões com combustíveis e gás de cozinha deixaram o Complexo de Suape até o fim da quarta-feira (30) e mais de 50% dos estabelecimentos começaram a receber algum combustível.Na Zona Oeste do Recife, movimento vai voltando à normalidade no Ceasa, com fila de caminhões para descarregar nesta quinta-feira (31) (Foto: Reprodução/TV Globo)
Alimentos
O movimento está normalizando no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), na Zona Oeste do Recife. Dentro do centro, caminhões fazem fila para descarregar produtos.
Nesta quinta-feira (31), seis caminhões de batata inglesa chegaram no local. Ao longo desta semana, o Ceasa não havia recebido nenhuma carga do produto. Com a chegada do produto, o preço, que chegou a custar R$ 10 o quilo, baixou para R$ 6.
Por causa do tempo que os caminhões passaram parados nas estradas, parte das mercadorias que chegaram no centro estavam podres. Um caminhão de cenoura, que saiu na terça-feira (22) da Bahia, deveria ter chegado ao Ceasa na quinta-feira (24), mas ficou retido nos pontos de bloqueios. Por causa do tempo que o produto ficou dentro do caminhão fechado, 80% da carga foi perdida, com a presença de fungos.
A cenoura, que era vendida entre R$ 2 e R$ 2,50 no Ceasa, chegou a custar R$ 6 durante a paralisação e, na manhã desta quinta, após a chegada de um caminhão do produto, é vendida a R$ 5.
O preço da cebola também diminuiu nesta quinta, depois da chegada de 16 caminhões do produto. A cebola, que normalmente custa R$ 2,50, chegou a ser vendida por R$ 8 e já é encontrada por R$ 4,50 no Ceasa. “A tendência é baixar ainda mais no dia de hoje [quinta]", afirma o presidente do Ceasa, Gustavo Melo.
O centro recebeu, ainda, cinco caminhões vindos do Vale do São Francisco com frutas como uva, pinha, goiaba, manga. A laranja, que não chegava desde a segunda-feira, chegou a ser vendida a R$ 8 o quilo e teve o preço normalizado nesta quinta, baixando para R$ 2 o quilo.
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