No dia 27 de dezembro a Comissão de Trabalhadores esteve reunida com o conselho de administração dos CTT e nada fazia prever o encerramento deste número de balcões.
"O que nos disseram foi o que nos têm dito ao longo dos tempos. Todos os anos a empresa encerra um, dois, três balcões, e abre um ou dois balcões, em função das movimentações das populações. Tudo o que for para além disto é uma situação extraordinária e neste caso 21 lojas não é uma ou duas. Estamos no primeiro dia do ano. Vamos ver o que vem aí", adiantou José Rosário.
Na semana passada já tinha sido pedido o parecer para o encerramento da loja no Arco da Calheta, na Madeira. Agora foi pedido o parecer para o encerramento de mais 21 lojas.
As lojas em questão são as seguintes: Socorro, Olaias e Junqueira em Lisboa; Filipa de Lencastre, de Belas; Camarate, do concelho de Loures; Lavradio, no Barreiro; Aldeia de Paio Pires, no Seixal; Alpiarça, em Santarém; Universidade, em Aveiro; Barrosinhas, em Águeda; Alferrarede, em Abrantes; Galiza, Asprelas e Areosa, no Porto; Freamunde, em Paços de Ferreira; Paços de Brandão, em Santa Maria da Feira; Riba d'Ave, em Vila Nova de Famalicão; Termas de São Vincente, em Penafiel; Araucare, em Vila Real; Avenida, em Loulé; Calheta, em Ponta Delgada.
Esta decisão dos CTT deverá afetar 53 funcionários da empresa, segundo José Rosário, que não concorda com o argumento da falta de rentabilidade utilizado pelos CTT para encerrar lojas.
"Esse argumento não pega. Haverá aqui algumas lojas que não são rentáveis, em que o custo de manutenção, os ordenados, água, luz, portanto todo o equipamento necessário à loja são superiores às receitas. Mas dou-lhe um exemplo muito concreto. A loja do Socorro tem uma rentabilidade significativa, superior a 100 mil euros. Portanto, não é verdade que todas as lojas não sejam rentáveis para os CTT. Há aqui lojas que são lucrativas", diz José Rosário.
O coordenador da Comissão de Trabalhadores fala também numa "estratégia de realização de dinheiro a curto prazo mediante a venda dos edifícios, redução de custos acelerada, comprometendo até o futuro" da empresa.
Nestas declarações, José Rosário lembra ainda que no ano passado os CTT pagaram aos accionistas 10 milhões de euros acima dos resultados da empresa. "Este ano propõe-se a pagar aos accionistas uma verba que é sensivelmente um pouco mais do dobro do valor dos resultados da empresa nos primeiros nove meses do ano. A administração em nome dos accionistas está a esgotar os recursos dos CTT, pagando dividendos muito acima dos resultados da empresa".
A Comissão de Trabalhadores tem agora dez dias para dar o seu parecer, mas como José Rosário lamentou ao Notícias ao Minuto, o pedido do parecer "deveria ter impacto, mas não passa de uma mera formalidade"
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