"Portanto, sem profissionais e com novos serviços - ditos serviços para gripe que são abertos nesta altura -, os doentes acumulam-se, os tempos de espera aumentam e está o caos instalado na maior parte das urgências do país", apontou Ana Rita Cavaco.
Questionada pela agência Lusa sobre quais são os hospitais mais críticos, Ana Rita Cavaco deu o exemplo de Faro, onde esteve o presidente da secção regional do Sul da Ordem, "porque inclusive um enfermeiro da triagem foi ameaçado, as pessoas não compreendem, estão desesperadas".
Ou seja, está-se "a falar de tempos de espera superiores a 20 horas, isto para os menos urgentes, porque para os laranjas que são os muito urgentes", os tempos de espera são "de seis horas", o que "é inadmissível", continuou Ana Rita Cavaco.
Também os Hospitais da Universidade de Coimbra estão a ser afetados, segundo a bastonária, que apontou que no serviço de urgência os doentes estão "todos misturados, doentes com meningite, doentes com outras infeções, não há controlo de infeção".
Neste hospital "estavam mais de 170 pessoas na urgência, mais 30 à espera de ser triadas", disse.
No caso do hospital de Leiria, foram retirados "enfermeiros dos cuidados intensivos, deixando esses doentes em insegurança para pôr os enfermeiros nas urgências porque não têm", denunciou.
"Portanto, apelamos aos conselhos de administração que vos digam a verdade, das dificuldades que estão a ter, e ao ministério da Saúde que tome uma atitude. O senhor ministro tem que se responsabilizar por este caos que já se esperava no pico da gripe e ainda agora começou, porque vai piorar", salientou a representante dos enfermeiros.
Questionada sobre se a Ordem tentou falar com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, Ana Rita Cavaco afirmou: "Nós não conseguimos falar com o senhor ministro da Saúde desde julho, é uma pena, mas de facto não há da parte dele disponibilidade para falar com os representantes do maior grupo profissional da saúde".
Apesar disso, acrescentou, a Ordem dos Enfermeiros tem alertado "para o que se está a passar no terreno e para a falta de condições dos enfermeiros poderem trabalhar"
"Neste momento não têm condições nenhumas para trabalhar", garantiu, apelando ainda aos media para que se visitem os hospitais para constatar no terreno o que se está a passar.
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