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De acordo com a instituição, todas as vítimas têm queimaduras em pelo menos 30% da extensão corporal, mas Daniel Rodrigo da Silva Balbino, de 1 ano e nove meses, é o caso mais grave e teve cerca de 90% do corpo atingido por queimaduras de segundo e terceiro grau. As vítimas, todas da mesma família, foram encaminhadas ao HR após terem sido socorridas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Engenho Velho, na manhã de sábado (18).
“O gás de cozinha é mais pesado que o ar e se concentra em partes baixas, por isso as crianças são as mais atingidas. São queimaduras nos membros inferiores, superiores e na face. O estado de saúde do bebê de um ano e oito meses, que está respirando com a ajuda de aparelhos, é gravíssimo”, detalhou Barreto. A explosão ocorreu durante a manhã de sábado, logo após a troca do botijão. Roberto Balbino, de 62 anos e também ficou ferido, percebeu um vazamento e tentava consertá-lo quando alguém acendeu a luz do local, causando a explosão. Segundo o posto policial do HR, ele é avô das crianças. “Todos estavam tomando café da manhã na cozinha, por isso tanta gente foi atingida. Por serem grandes queimados, se houver recuperação, todos irão passar por reabilitação, fisioterapia e cirurgias recuperativas. Vão ter que reaprender a andar”, disse o médico.
Renato Rodrigues da Silva, genro de Roberto Balbino, contou no sábado em entrevista à TV Globo que o gás foi comprado de um revendedor irregular. A porta da casa foi arrancada com a explosão, parte do teto caiu e janela ficou quebrada.
Os feridos com a explosão após o vazamento de gás são Tatiane Gabriela da Silva, de 6 anos; Nicoli Beatriz da Silva, de 3 anos; Luciano Silva Balbino, de 9 anos; Isabela Silva Balbino, 3 anos; Maria Betânia Ribeiro da Silva, 24 (mãe de Daniel e Nicole); Roberto Balbino, 62 (avô de todas as crianças).
Em nota, o Sindicato dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado de Pernambuco (Sinregás PE) lamentou o acidente e ressaltou que a "venda irregular do gás de cozinha, infelizmente, é uma prática comum e antiga no Brasil". O sindicato reforça "que o comércio de gás clandestino é uma prática criminosa e pode trazer danos sérios à população".
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Aumento
Durante o atendimento à família atingida em Jaboatão, o setor de queimados do HR estava com os 40 leitos existentes ocupados. Segundo Marcos Barreto, nos últimos meses, foi observado um aumento no número de queimados dentro das cozinhas das casas, por causa do aumento no preço do gás. O homem que tentava consertar o vazamento, por exemplo, precisou ficar internado na emergência do hospital, por causa da falta de vagas no setor especializado. A última vez que o estado obteve um aumento no número de vagas para queimados foi no ano de 2001, quando o HR teve aumento de 30 para 40 vagas.
“Muita gente não tem como pagar R$ 70 num botijão e acaba utilizando etanol, de posto de gasolina, para conseguir cozinhar. Isso atinge muito as crianças. Se tirássemos as crianças da cozinha e atentássemos aos acidentes domésticos, teríamos 80% menos queimaduras do tipo. Por ano, são cerca de 1.700 pequenos aqui no setor de queimados, sendo que 30 mensais precisam realizar procedimentos com anestesia geral”, disse.
Em nota,a Secretaria Estadual de Saúde (SES) reconheceu a alta demanda de pacientes no Hospital da Restauração (HR), mas ressaltou "que a unidade é referência no Estado para esses casos mais graves, contando, inclusive, com UTI. Importante ressaltar que todos que chegam ao HR recebem atendimento. Os casos de média complexidade podem ser atendidos em unidades como os hospitais regionais".
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