“Nunca pensei na narração como profissão. Meu sonho era ser repórter. Mas agora estou com uma expectativa gigante. Posso me descobrir profissionalmente. É uma etapa da minha vida que pode me abrir portas. Não sei se vai dar certo ou errado, mas tenho que tentar. A rádio enxerga potencial e dá oportunidade. É uma escola incrível”, disse ao espnW.
Natural de Itamarandiba, cidade de 34 mil habitantes no interior do estado, Isabelly se mudou para Belo Horizonte no meio de 2015 para cursar jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais. E tudo caminhou muito rápido.
No ano seguinte, começou a fazer estágio na assessoria de imprensa da faculdade e no site colaborativo Vavel.com. Foi seu primeiro contato com o jornalismo esportivo, cobrindo futebol e vôlei. Em junho deste ano, saiu da assessoria de imprensa e, no mês seguinte, estava contrata pela Rádio Inconfidência.
“Pedi estágio no Facebook. Mandei mensagem para o José Augusto Toscano, coordenador de esportes, e ele me chamou para conversar. Logo de cara, me perguntou se eu estava disposta a narrar e eu falava ‘vamos esperar’. Comecei como repórter, no primeiro mês comentei jogos e já apresentei programa também. E agora, essa experiência incrível de narrar.”
E o laboratório? É em casa. “Treino há dois meses. Grito um monte. Narro lances separados, pego os melhores momentos de vários jogos, escalações e vou narrando, inclusive no banho, sempre (risos). Aí gravo, me ouço e levo para o meu chefe dar opinião e corrigir o que precisar. Agora faltam algumas horas para o jogo e estou treinando. Vou dar mais uma olhada nas informações dos time e ir par ao estádio.” A estudante tem apenas 20 anos e já foi repórter e apresentadora de programa O chefe já deu liberdade para que hoje, na estreia, ela erre à vontade. “Pesquisamos e será a primeira narração feminina na história do rádio mineiro. Sempre foi um desejo profissional meu dar espaço às mulheres nesse meio machista e, um dia, ter uma menina narrando na rádio. Muitas têm interesse, mas a Isabelly não se assustou. O que me chamou a atenção foi ela ser humilde, dedicada, decidida e madura. Falei para ela: ‘erra, pode errar. O nervosismo será natural e não estou preocupado. Faz parte do aprendizado”, comentou José Augusto Toscano.
Isabelly já carrega outras coberturas de destaque no currículo: final da Copa do Brasil deste ano, entre Cruzeiro e Flamengo, e decisão do Campeonato Mundial de Vôlei de 2016, entre Sada Cruzeiro e Zenit Kazan. São apenas duas décadas de vida, muita experiência e, agora, um novo sonho: cobrir uma Olimpíada.
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