Sem dúvida, os ataques na Europa Ocidental se tornaram mais letais. Desde a Segunda Guerra Mundial, os três piores incidentes em terra ocorreram nos últimos 16 anos:
- Bombas na estação de trem de Atocha, em Madri (191 mortos e mais de 2 mil feridos)
- Ataques múltiplos em Paris, em novembro de 2015 Paris attacks (130 mortos e 360 feridos)
- Ataque em Nice, na França, com o uso de um caminhão (86 mortos e 460 feridos)
O padrão até o ano 2000 tinha sido uma combinação de um grande número de incidentes com um pequeno número de mortes.
Um exemplo? O grupo separatista basco ETA, que provocou terror na Espanha e na França durante 40 anos até anunciar um cessar-fogo em 2011 e entregar suas armas no último sábado.
Em décadas de campanha, foram 800 mortes e 3.300 feridos, mas uma média de apenas uma fatalidade em cada quatro ataques.
No entanto, se o número de incidentes com grande números de mortos e feridos cresceu, as mortes por terrorismo diminuíram na Europa. E de forma dramática.Nos anos 70 e 80, a média anual de mortos foi de mais de 150. Desde 1990, caiu para 50, apesar de os atentados em Paris, Bruxelas e Nice terem levado a um salto nos totais de mortos em 2015 e 2016.
Os números são do Global Terrorism Database, um banco de dados da Universidae de Maryland, nos EUA.
A tendência é clara, de acordo com o GTD: as chances de moradores de cidades europeias serem mortos por militantes caiu drasticamente nas últimas quatro décadas.
Durante o período mais grave dos distúrbios na Irlanda do Norte, palco de uma violenta batalha entre paramilitares e as autoridades do Reino Unido, a probabilidade calculada de risco para civis foi de uma em 25 mil. Na França de 2015, um ano particularmente sangrento para o país, a probabilidade foi de uma em 400 mil.
Em 2011, o ano em que os EUA sofreram o mais grave incidente do gênero em sua história (os ataques de 11 de setembro), a probabilidade de um americano morrer "em casa" vítima de um ato extremista era menor que uma em 100 mil.Porém as estatísticas não contam toda a história. Há diferenças notáveis entre os terroristas de hoje e os de outrora.
Na década de 70, militantes atuando na Europa eram motivados por ideologia, normalmente uma forma radicalizada de Marxismo. Seus alvos eram políticos ou algo que personificasse o capitalismo.
Grupos de expressão como o ETA, as Brigadas Vermelhas da Itália, ou o Baader-Meinhof da Alemanha, tinham conexões com a antiga URSS e eram financiados por Moscou.
Isso não se aplica os dias de hoje, em que grups extremistas disputam a hegemonia de uma guerra religiosa através de ações indiscriminadas
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