Diferente do Brasil, o mercado americano explora não só no consumo como na mão de obra deste perfil (não em larga em escala como os mais jovens). Lá até 2020 os trabalhadores com 55 anos ou mais serão responsáveis por 25% da força de trabalho, em comparação aos 13% do ano 2000, segundo o Centro de Estudos sobre Longevidade de Stanford. De acordo com uma publicação da Easy Life Cover, muitos negócios de sucesso nos Estados Unidos foram iniciados por pessoas que já tinham mais de 50 anos. E os exemplos são bastante surpreendentes. Na lista de empresários, temos gente do calibre de Colonel Sanders, do KFC (Kentucky Fried Chicken), Raymond Croc, fundador da rede de fast food mais famosa do mundo, o McDonald's, e John Pemberton, fundador da Coca Cola, que, junto com o McDonald's, está no top 5 das marcas mais valiosas do mundo. Eles possuíam 65 anos, 52 anos e 55 anos, respectivamente.
Por que os "cinquentões" norte-americanos estão se tornando tão produtivos no trabalho? Pelo fato de estarem mais saudáveis e, principalmente, terem uma escolaridade cada vez maior. Um dado curioso é que as profissões estão se tornando menos "braçais" devido a automação e recursos tecnológicos, por isso a capacidade intelectual desses, ainda fazem a diferença em diversos segmentos de trabalho. Outro fator determinante ainda é a inteligência emocional. A maioria das profissões demanda, além do conhecimento técnico, um grau razoável de inteligência emocional. Essa combinação deixou de ser um diferencial competitivo e, hoje, é um pré-requisito, sempre bem avaliada em processos seletivos ou de promoções. Uma pesquisa na Universidade de Berkeley mostra que o pico da nossa inteligência emocional é quando entramos na casa dos 60 anos.
Em pesquisa feita em 31 países pela empresa americana de recursos humanos Manpower, 30 mil empregadores foram entrevistados. Desse total, 13% planejavam contratar trabalhadores mais experientes, enquanto 20% pretendiam mantê-los após a idade de aposentadoria. Esse número parece crescer, mas ainda está longe da realidade vivida no Japão. Lá, estima-se que até 83% das empresas invistam em estratégias para retenção dos profissionais em idade de aposentadoria que, diferentemente daqui, se dá somente após os 61 anos.
Além da área profissional, o consumo desse público é mais seletivo, na qual o interesse é valorizar detalhes do produto a ser comprado e do atendimento prestado. Acredita-se que em 2025 serão 35 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil e em 2050, um em cada três habitantes. Com maior longevidade, autonomia, qualidade de vida e independência financeira, a terceira idade está se tornando a grande força do mercado de consumo, revertendo a velha noção de que o Brasil é um país de jovens. O grupo demográfico que mais cresce no Brasil e no mundo parece sofrer menos diretamente com a crise econômica e representa uma mina de oportunidades à espera daquelas empresas que souberem analisar, compreender e satisfazer as necessidades e os desejos específicos desse segmento.
Um dado interessante vem do Rio Grande do Sul na qual aumenta o número de mulheres acima dos 50 anos que tiram a primeira habilitação no RS:
Ano Habilitadas pela primeira vez a partir dos 50
- 2010 295.225
- 2014 388.860
- 2015 415.246
Essas jovens senhoras estão cada vez mais descobrindo a sua "independência" através de poder se locomover com mais rapidez e conforto. Estão aproveitando algo que devido o papel de dona de casa e/ou "dependência" de seu companheiro não fizeram a sua carteira de habilitação.
Experiência e força emocional estão ao lado destes cinquentões, por isso não ignore a contratação ou a atenção deste público, pois além de seletivos são influenciadores agora e serão ainda mais em um futuro breve.
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