No existem sinais de total abandono da letra cursiva no Brasil, o que já acontece em países europeus e nos EUA, mas ela ja no prioridade absoluta de ensino e aprendida em um segundo momento em parte dos colégios. No colégio Santa Amelia, na Sede (zona sul), as salas do primeiro ano do ensino fundamental só decoradas com letras basto, também tidas como letras de imprensa.
Das anotaes da professora no quadro cartilha da molecada, tudo remete grafia com que os alunos tem familiaridade seja por meio do teclado do computador dos pais, seja pelos joguinhos eletrnicos e pelas animaes.
“A letra basto traz para a escola o mundo real da criana, a letra que ela v no dia a dia e que, com a tecnologia, se tornou ainda mais presente, mais referncia”, diz Adriane Ideta, coordenadora pedaggica do colgio.
Segundo ela, quando a criana estiver alfabetizada, inicia-se o ensino da letra cursiva que, “culturalmente, ainda forte no Brasil”. ” funo da escola dar criana ferramentas para que ela decida, no futuro, que tipo de letra prefere para escrever e que faa isso corretamente, sem vcios de escrita.”
O colegio Dante Alighieri, na região da Av.. Paulista (zona oeste), segue o mesmo princípio pedagógico do Santa Amelia, mas hoje a escolas que optam por começar com o ensino da cursiva (leia abaixo) e as que ensinam os estilos diferentes ao mesmo tempo.Estudantes esto familiarizados com a letra basto ASSINATURA
Francisca Maciel, doutora em educação pela UFMG e especialista em alfabetizar, explica que mais fácil alfabetizar pela letra basto ou, como ela prefere chamar, “de imprensa, maiúscula”.
“Quando a criana est no incio do processo de aprendizado, mais fcil distinguir as letras, saber qual qual, quando se usa a de imprensa, que tambm tem o traado mais simples e favorvel coordenao motora”, diz.
Para a especialista, aprender a letra cursiva posteriormente no traz nenhum prejuzo aos alunos. Mas importante que ela seja ensinada em algum momento.
“A cursiva um desenho, no acrescenta nada especial, mas mais rpida e d uma certa identidade. Sem a manuscrita, como ficariam as assinaturas?”.
J Leopoldo Leal, doutor em design pela USP e que j trabalhou apresentao de tipografias na rede municipal, “o [estilo] cursivo nada mais que o reflexo de uma poca em que se usava pena e nanquim para escrever”.
“Hoje em dia, digitamos muito mais do que escrevemos. Quantos e-mails e mensagens trocamos e quantas anotaes mo fazemos no mesmo dia? A justificativa para no abolir o cursivo na alfabetizao a no incluso digital total e tambm a presso de pais que querem que as crianas sejam educadas exatamente como eles foram.”
O pensador Umberto Eco, em artigo de 2009 para a revista cultural “Opera no Mundo”, mostrou preocupação com o fim da letra manuscrita.
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