
Segundo publicou a Revista Veja dessa semana, o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que surgiu dentro de presídios de São Paulo e se espalhou para todo o território nacional, quer matar o presidente do Paraguai, Horácio Cartes. Para conseguir seu objetivo, a organização resolveu oferecer um montante gigantesco de 5 milhões de dólares como recompensa para o assassino.
Segundo a revista, o ministro do Interior do Paraguai, Francisco de Vargas, confirmou a versão e esclareceu que a segurança do presidente e de seus parentes foi reforçada, após apurarem dados consistentes sobre as intenções dos criminosos.
Claro que a origem do prêmio pela cabeça do chefe maior paraguaio é o tráfico de drogas realizado no Brasil. Somente na cidade de São Paulo, onde a Polícia Civil e militar desarticulou uma estrutura de fachada do tráfico, os criminosos arrecadavam cerca e R$ 40 milhões por mês.
Mas, o que o governo paraguaio tem a ver com isso? É mais simples do que parece. O Primeiro Comando da Capital tenta controlar sozinho o tráfico de entorpecentes não só no Brasil, mas também no país vizinho. E um de seus quadros importantes foi preso lá. Agora ele está na iminência de ser extraditado para cumprir pena aqui. Estamos falando do traficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, considerado o novo Fernandinho Beira Mar e o líder do PCC em terras paraguaias.
O PCC simplesmente não quer a extradição Pavão para o Brasil, que segundo a Veja é, inclusive, um grande admirador do criminoso Pablo Escobar, protagonista da série de sucesso Narcos.
Jarvis Pavão teve seu nome divulgado com ênfase na mídia há dois meses, quando uma reportagem mostrou que o criminoso levava uma vida altamente luxuosa no presídio de Tacambú, no Paraguai. Para se ter uma ideia, ele tinha à sua disposição móveis planejados e diversos aparelhos eletrônicos, todos com a complacência dos funcionários do estabelecimento penitenciário. O traficante gozava de agrados como cozinha gourmet, biblioteca e televisor de plasma.
Quando os detalhes da “residência de luxo” que Jarvis tinha dentro do presídio vieram à tona, o ministro da Justiça do Paraguai, Ever Martínez, anunciou para os veículos de comunicação que determinaria a demolição da cela do traficante e mandaria punir os servidores penitenciários que propiciaram tais privilégios.
O criminoso foi então transferido de presídio, o que gerou pesar dos outros prisioneiros. Eles acham que Pavão tornava Tacambú mais seguro, já que ele pagava para ter segurança no presídio e dava dinheiro até para manutenção das instalações, da quadra esportiva e da capela da unidade.
Até o momento, a extradição do traficante, que está agora em um presídio de segurança máxima, ainda não foi oficializada. É que ainda não houve permissão do ministro da Justiça para ele comparecer na audiência que decidirá esse passo. Isso porque é vedado no Paraguai o translado de presos de alta periculosidade para audiências, em função dos riscos exponenciais de morte de policiais e funcionários do Judiciário.
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